domingo, 9 de novembro de 2014

Postagem nº7: Mecanismo das drogas: Cafeína




Hoje falaremos de uma das drogas lícitas mais usadas no mundo: a cafeína, consumida principalmente na forma de café.


A cafeína é naturalmente encontrada em alumas plantas e sua principal função nelas é paralizar e matar certas espécies de insetos que tentam se alimentar delas. Essa substância é classificada como uma droga psicoativa, mas no mundo inteiro, seu consumo e comércio é legalizado na forma de café, refrigerantes, chás, pílulas e bebidas energéticas. Há dois motivos pelos quais a cafeína é tipicamente legalizada: o fator cultural, visto que é uma droga de uso histórico, e o fato de ser uma droga considerada de baixo risco, uma vez que a dose considerada tóxica é de aproximadamente 10g/dia e as doses típicas normalmente contêm bem menos que 500mg/dose. Seria preciso consumir aproximadamente 4,5Kg de café expresso em um dia para atingir níveis tóxicos de caféina.
O uso do café, normalmente, é feito por hábito, como o consumo de qualquer outra bebida, mas o número de pessoas que o consome desejando os seus efeitos farmacológicosé bem alto.
A cafeína, um alcaloide com caráter lipossolúvel, consegue penetrar facilmente na barreira hemoencefálica, produzindo efeitos no sistema nervoso central com rapidez. Experimentos com cachorros mostraram que a concentração de cafeína no líquido cérebro espinhal de cachorros atinge metade da concentração plasmática entre 4 e 8 minutos após a ingestão.
Koffein - Caffeine.svg

A cafeína, por seu efeito de mobilização de cálcio intracelular, diminui o limiar de excitação muscular e promove maior duração da contração muscular por meio do aumento do transporte de cálcio pela membrana plasmática e retículo sarcoplasmático.
Em células nervosas, a cafeína age nos canais de cálcio. Essa atuação, no entanto, depende as concentrações de cafeína no plasma, sendo concentrações baixas e moderadas estimulantes da liberação e reabsorção de cálcio pelo retículo endoplasmático. Concentrações altas inibem esses processos.
A cafeína tem a capacidade de diminuir a sonolência, aumentar o alerta, a clareza de pensamento e diminuir a fadiga dos usuários. Seu efeito geralmente começa a ser sentido menos de uma hora após consumo e geralmente seus efeitos passam após 5 horas da ingestão.
O consumo excessivo de cafeína pode, quando consumido imediatamente antes da hora de dormir, causar distúrbios de sono que prejudicam a qualidade e os estágios normais do sono. O sono REM, por exemplo, é bastante diminuído em pessoas que consomem café em excesso.A cafeína também parece ter efeitos ansiogênicos, que podem levar a transtornos como síndrome do pânico, mas, em doses baixas, pode ser benéfico a pacientes depressivos.
Os efeitos tóxicos do café não são comumente relevantes , devido a necessidade de doses muito superiores a que as pessoas costumam tomar para que eles ocorram.
Os sintomas de abstinência de cafeína incluem dores de cabeça, dificuldades de concentração, sonolência, dor no estômago e nas juntas. Normalmente esses sintomas surgem entre 24 e 48 horas após a descontinuação do uso médio de 235mg  diários de cafeína( aproximadamente duas xícaras  e meia de 250ml de café coado), e desaparecem em até 9 dias.


FONTES:
http://apt.rcpsych.org/content/11/6/432.full
Caffeine and the central nervous system: mechanisms of action,
biochemical, metabolic and psychostimulant effects  (obtido no Library Genesis

9 comentários:

  1. É importante perceber que os efeitos da cafeína variam de acordo com a idade e a sensibilidade individual de cada pessoa. Segundo a Mayo Clinic, para a maioria dos adultos é seguro consumir até 400 miligramas de cafeína por dia. Essa é a quantidade presente em cerca de 5 xícaras de café (xícara pequena) ou 10 latas de refrigerante de cola ou ainda 2 latas de bebidas energéticas. Crianças e adolescentes não devem consumir mais que 100mg diários da substância.Além disso, algumas pessoas são extremamente sensíveis à cafeína. Para elas, apenas uma xícara de café ou de chá pode causar efeitos adversos como insônia e agitação. Por isso, quem tem sensibilidade à cafeína ou faz uso de determinadas medicações deve ficar atento. Há ainda outros fatores a serem considerados como uso de medicamentos, transtorno de ansiedade, dentre outros.

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    1. Fonte: http://drauziovarella.com.br/noticias/qual-a-quantidade-segura-de-cafeina/

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  2. Como várias outras drogas, o uso exagerado da cafeína pode gerar certa dependência, o que deve ser levado em consideração no momento de seu consumo. Reafirmando e complementando o que disse a postagem e o comentário acima, a cafeína possui efeitos taquicardizantes, broncodilatadores e estimulantes da secreção gástrica. Em doses maiores, produz excitação, ansiedade e insônia e em consumidores habituais se desenvolve tolerância com necessidade de aumentar o consumo para obter os efeitos iniciais. A interrupção do uso produz uma síndrome de abstinência com cefaleia, irritabilidade e letargia. Além disso, a cafeína pode ser utilizada como forma de doping no esporte, sendo assim considerada uma substância ergogênica, uma vez que melhora o rendimento em algumas modalidades desportivas. São fatores que envolvem aumento da eficiência, do controle e da produção de energia. Logo, deve-se ficar atento a essas situações em que o uso da cafeína pode, causar prejuízos ao organismo, ser usada de modo ilícito, ou ambos.
    Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922000000200006&lang=pt

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  3. Em oposição às altas concentrações necessárias para a intoxicação, a dependência a cafeína não precisa de doses absurdas, e é até bastante comum. Alguns dos sintomas são: fadiga muscular, irritação incomum, dor de cabeça latejante, náuseas, dentre outros. Mas como o uso constante de café causa aumento da tolerância e dependência? Para entender isso, precisamos primeiro entender o mecanismo de ação da cafeína em nosso sistema nervoso. Como dito na postagem, por seu caráter lipossolúvel, a substância consegue facilmente penetrar a barreira hemoencefálica. Lá chegando, devido a sua alta semelhança estrutural com a molécula de adenosina, ela se liga aos receptores dessa substância. Normalmente, a ligação da adenosina a esses receptores é o que causa nossa sensação de cansaço. Entretanto, quando usamos cafeína essa sensação é consideravelmente diminuída. Além disso, alguns estimulantes naturais do cérebro funcionam melhor quando a adenosina não está ligada a seus receptores. O uso crônico, entretanto, traz como efeito secundário o aumento no número desses receptores nas células nervosas. E esse é o principal efeito responsável pelos sintomas de abstinência.

    Fonte: http://www.smithsonianmag.com/science-nature/this-is-how-your-brain-becomes-addicted-to-caffeine-26861037/?no-ist

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  4. Entre os diversos usos benéficos da cafeína destaca-se a sua utilização conjunta com remédios para alívio de dores de cabeça como alguns analgésicos e remédios antigripais. A cafeína causa vasoconstrição dos vasos da cabeça, aliviando a pressão que esses vasos fazem nas meninges, nas articulações e músculos, o que provoca uma melhora nos sintomas da cefaléia. Entretanto, o uso indiscriminado dessa substância é bastante prejudicial, pois como qualquer outra droga, pode causar dependência. Um dos sintomas de abstinência, por exemplo, é o desenvolvimento de enxaquecas constantes. Enfim, o mais importante nessa problemática é conscientizar as pessos de que a cafeína É uma droga e que certos produtos de consumo popular como refrigerantes de cola, café, chá mate, capuccino não devem ser tratados como simples alimentos.

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    1. Fonte: http://www.abic.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=323&sid=28

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  5. Um dos principais problemas da cafeína não está relacionada com a questão do cerébro ou com o sistema nervoso, mas com o problema da possibilidade de arritmia cardiaca, problema relacionado com a aceleração brusca dos batimentos do coração. É importante citar, também, que estudos têm demonstrado uma melora da atividade física prolongada com o uso de cafeína, pois aumenta a mobilização de gordura durante os exercícios e preserva o glicogênio muscular, este que seria a primeira e principal fonte de energia dos músculos, tanto que cafeína encontra-se como uma preocupação nos exames antidoping
    Fonte: http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2013/04/cafeina-e-seus-efeitos-melhora-da-tolerancia-ao-exercicio-prolongado.html

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  6. Algumas pessoas são extremamente sensíveis à cafeína. Para elas, apenas uma xícara de café ou de chá pode causar efeitos adversos como insônia e agitação. Por isso, quem tem sensibilidade à cafeína ou faz uso de determinadas medicações deve ficar atento.

    Quem não costuma ingerir cafeína pode sentir os efeitos negativos dessa substância mesmo em baixas doses. Outros fatores como peso corporal, idade, uso de medicamentos e problemas de saúde como transtorno de ansiedade podem tornar o individuo mais suscetível a seus efeitos colaterais.


    http://drauziovarella.com.br/noticias/qual-a-quantidade-segura-de-cafeina/

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  7. A cafeína é absorvida de modo rápido e eficiente, por via oral, através do trato gastrointestinal com aproximadamente 100% de biodisponibilidade, alcançando um pico de concentração máxima após 15 a 20 minutos de sua ingestão. A metabolização da cafeína ocorre no fígado, iniciando pela remoção dos grupos metila 1 e 7, sendo essa reação catalizada pelo citocromo P450 1A2, o que possibilita a formação de três grupos metilxantina. Vale ressaltar que alguns fatores como a genética, a dieta, o uso de algumas drogas, o sexo, o peso corporal, o estado de hidratação, o tipo de exercício físico praticado e o consumo habitual de cafeína podem afetar o metabolismo de cafeína e, conseqüentemente, influenciar na quantidade de cafeína total excretada.

    Referências:
    file:///C:/Users/Uaslei%20Lima/Downloads/15-71-1-PB.pdf

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