Washington, DC: People Press; 2013.)
A maconha possui substâncias denominadas genericamente de canabinoides e possui cerca de 60 dessas substâncias, mas as mais estudadas são o tetrahidrocanabinol (THC), canabindiol(CBD) e canabinol(CBN). Desses, o THC é que possui os efeitos psicotrópicos mais acentuados, atingindo o sistema nervoso central por ação agonista parcial nos receptores de canabinoides CB1 acoplados a proteína G. THC afeta também os receptores CB2, localizados em tecidos periféricos. A ativação de CB1 eleva os níveis de dopamina, produzindo efeitos psicotrópicos. O canabidiol altera alostericamente alguns tipos de receptores opioides e o THC aumenta a atividade dos receptores de glicina, mas a contribuição desses ultimos efeitos para a "lombra" são pouco conhecidos.
Existem canabinoides produzidos por nosso próprio corpo, os chamaos endocanabinoides. Os endocanabinoides têm um papel não muito bem elucidado, mas acredita-se que estejam relacionados ao desenvolvimento fetal e ao sistema imune.
O uso de susbtâncias bloqueadoras dos receptores de canabinoides já foi feito no intuito de induzir o usuário a parar de fumar e rredução de efeitos metabólicos adversos, mas os efeitos disfóricos dessas substâncias fizeram com que seu uso fosse descontinuado.
Os canabinoides agem inibitoriamente sobre a adenilato ciclase e sobre os canais de cálcio. Os canais de potássio têm seu fluxo aumentado.
Os efeitos desejados ao se consumir maconha são o sentimento de relaxamento e a euforia. A diminuição da memória de curto prazo, vermelhidão nos olhos, boca seca e dificuldades motoras constituem alguns dos efeitos indesejados. A maconha promove também aumento da frequência cardíaca, aumento do apetite e diminuição da pressão.
A maconha induz também a uma diminuição da atividade de células imunitárias, agindo também como anti-inflamatório, suscetibilizando o corpo a adquirir mais facilmente doenças infecciosas.
A maconha tem efeitos carcinogênicos semelhantes ao do tabaco normal. Apresenta também riscos para a cavidade oral, resseando-a, inflamando as gengivas e facilitando a perda dos dentes e formação de cáries.
O uso da maconha gera efeitos adversos nos pulmões, como bronquites e pneumotórax espontâneos.
O caráter lipofílico do THC permite sua persistência no corpo, mesmo semanas depois. Isso faz com que o THC possa se acumular no corpo, especialmente nas bainhas neuronais. Sua persistÊncia permite sua detecção em exames de sangue, urina, fluidos orais, cabelo e suor por métodos de cromatografia.
FONTES:
Medical Consequences of Marijuana Use: A Review
of Current Literature (Obtido no library genesis)